Outra alteração que pode ser comumente vista em crianças no início do desenvolvimento é o chamado “pigeon toes”, ou dedo de pombo, que é quando uma criança tem os dedos dos pés apontando para dentro em vez de frente, isso acontece devido a variações normais na forma como as pernas e os pés se alinham conforme a criança se desenvolve.
A característica dos “pigeon toes” é normal nos bebês porque a deformidade advém da maneira em que a criança fica posicionada dentro do útero da mãe no período de gestação.
Mais especificamente, esta condição é mais comum em crianças menores de dois anos de idade e, quando sua causa não é resultado de fraqueza muscular simples, normalmente decorre de condições subjacentes, como um osso de canela retorcido ou uma anteversão excessiva resultando na torção do osso da coxa quando a parte da frente do pé de uma pessoa é virada.
Essa condição pode ocorrer em um ou em ambos os pés, e podem surgir devido a uma variedade de motivos. Ela não costuma ser motivo de dores e nem de aparecimento de outras patologias, em alguns casos podem ser considerados até como benéfico, na prática de corridas por exemplo.
Os “dedos de pombo” tendem a correr pela família, ou seja, o problema está relacionado a hereditariedade, um parente que teve essa condição durante a infância pode passar para seus familiares durante as gerações.
Como dito anteriormente os “pigeon toes” são decorrentes da posição natural do bebê durante o período da gestação, e, por isso, com o tempo voltam à posição normal. Porém existem casos mais sérios em que a deformidade não melhora e o indivíduo começa a ter problemas ao caminhar.
As causas do dedo de pombo estão relacionadas segundo o local do desalinhamento. Nesses casos o “dedo de pombo” é gerado por outras causas estruturais, estas, podem ser identificadas por meio da idade da criança e pela característica estrutural dos membros, tais como:
Metatarsus Adductus: A forma mais comum de “dedos de pombo”, os pés dobram para dentro do mediopé.
Torção tibial interna: Quando uma criança adquire a deformidade durante seu segundo ano, é mais provável que seja por conta de uma torção da tíbia para dentro. Esta condição é chamada torção tibial interna.
Torção femoral medial: Quando uma criança entre as idades três e dez possui as características dos “dedos em pombo”, provavelmente é devido a um giro para dentro do fêmur, uma condição chamada torsão femoral medial.
Em ambos os casos, se não houver melhora, pode ser necessário o procedimento cirúrgico. Vale lembrar também, que, as duas condições tendem a correr em famílias.
Para tratar do problema logo no início, é muito importante sempre acompanhar de perto o crescimento da criança, estimulá-la com exercícios (o ballet usualmente é um ótimo estímulo) e procurar fazer uma avaliação, caso o problema não regrida.
O uso de órteses e palmilhas também é recomendado para auxiliar na resolução do caso e alinhar o pé e a perna o mais rápido possível, para que não haja a necessidade de uma cirurgia corretiva.
Estudos mostram que a maioria das crianças que possuem essa característica no começo da infância, não precisam de tratamento. Mas, caso o problema persista após seis meses, ou se for rígido e difícil de endireitar, é importante procurar um médico ortopedista pediátrico, ele poderá recomendar uma série tratamentos conservadores com objetivo principal de corrigir a condição antes que o mesmo comece a andar.
Opções de tratamento menos severas para o dedo do pé incluem cuidados como: evitar que a criança sente com as pernas cruzadas e utilize sapatos corretivos, o que normalmente é feito antes que a criança chegue a 12 meses de idade ou mais.
Confira agora os principais sinais e sintomas dos “dedos de pombo”, eles podem ser facilmente identificados, porém, podem ser confundidos. Confira:
Essa condição requer uma consulta com um pediatra ou um ortopedista para um diagnóstico completo e detalhado. O profissional também irá indicar o tratamento mais adequado.
Para dar o diagnóstico correto, o médico irá observar a forma que a criança fica em pé e como ela anda, ele também pode examinar os pés com as mãos fazendo leves movimentos. Ele também pode optar por realizar imagens dos pés e pernas da criança, que podem incluir raio-x ou uma tomografia Axial computorizada (esta será utilizada para verificar como os ossos estão alinhados).
Entretanto é possível perceber alguns sinais nos pés da criança como:
• Parte dianteira do pé da criança em repouso gira para dentro.
• O lado exterior do pé da criança é curvo como uma meia-lua. Esta condição é geralmente leve e vai voltar a normalidade antes do primeiro aniversário do seu bebê. Entretanto ela pode ser mais grave em algumas situações, podendo acompanhar outras deformidades no pé.
Para o indivíduo que possui essas características nos dedos do pé, algumas complicações fatalmente aparecerão, entre elas estão:
Maneira de andar: o indivíduo terá um andar diferente por conta da estrutura do pé afetada pelo “dedo de pombo” e pode ter mais desequilíbrio nos membros inferiores;
Dificuldade em encontrar calçados confortáveis: devido à curvatura diferenciada dos pés de uma pessoa com o “dedo de pombo”, fica difícil encontrar calçados que se encaixem corretamente, tornando assim complicado a procura por calçados ideais.
Além do tratamento indicado pelo médico especialista, é recomendado para os pais que realizem alguns exercícios que podem ajudar a criança a se livrar dos “dedos de pombo”.
Confira abaixo alguns dos exercícios mais recomendados:
Exercício 1: peça a sua criança para sentar-se em linha reta em uma cadeira firme. As crianças com pés de pombos tendem a se sentar naturalmente com as pernas cruzadas. Ajude o seu filho a sentar-se na cadeira com as pernas sem nenhum calçado e os pés no chão. Coloque os pés dela na posição correta ligeiramente para fora em um pedaço de papel. Faça um jogo deste exercício, fazendo com que seu filho sente-se na cadeira com os pés nos contornos dos traçados no papel. Este exercício pode ser feito regularmente enquanto a criança está comendo, colorindo ou lendo. Incentive este exercício diariamente até que a condição seja corrigida.
Exercício 2: reserve uma área de 6 metros quadrados em sua sala de estar ou jardim para evitar quaisquer ferimentos. Mostre a sua criança como andar para trás. Peça-lhe que o siga na caminhada para trás. Continue o exercício por até 10 a 20 minutos ou apenas o tempo que ele consiga fazer. Este exercício ajuda a fortalecer as articulações do quadril ao manter os pés retos enquanto anda. Repita este exercício regularmente até que haja melhoras.
Exercício 3: faça um feixe de caminhada para o seu filho a pé. Coloque uma tábua de madeira em dois pedaços quadrados de ou utilize dois tijolos. Mantenha a prancha apenas de três a cinco polegadas acima do solo para evitar lesões devido à queda. Ajude o seu filho a caminhar por todo o comprimento da prancha duas a quatro vezes por dia e continue este exercício regularmente até que ele esteja andando normalmente. Este exercício ajuda a criança a colocar um pé na frente do outro corretamente, e fortalece os músculos que mantêm os ossos do quadril e da canela alinhados.