Hanseníase no pé e na perna: como as palmilhas e sapatos podem ajudar

Saiba mais sobre a hanseníase no pé e conheça a utilidade das palmilhas e sapatos para o tratamento!

Conhecida antigamente como lepra (nome que caiu em desuso por ter ganhado um sentido muito negativo), a hanseníase é uma doença crônica e transmissível causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Apesar do que se pensa, a doença não ataca diretamente a pele: as úlceras e ferimentos, principalmente quando se trata de hanseníase no pé, são apenas os sintomas de um problema que estava se desenrolando há muito tempo junto aos nervos. A hanseníase também não  é transmitida pelo toque. A principal forma de transmissão da hanseníase é por meio do contato, por um longo período de tempo, com a saliva e as secreções nasais de um infectado.

Com o passar do tempo, a doença, que ataca e enfraquece o sistema nervoso periférico começa a provocar a perda da sensibilidade e da força muscular, levando ao surgimento de ferimentos e, a longo prazo, à incapacidade permanente. Quando o assunto é a hanseníase no pé e na perna, esse risco se torna iminente, visto que a falta de sensibilidade favorece o aparecimento de lesões nessas áreas que estão em constante exposição a impactos e sobrecargas – é aí que as palmilhas e os sapatos sob medida entram em ação! Vamos entender um pouco mais abaixo.

Hanseníase: quais são os sintomas?

Como vimos, a hanseníase é uma doença transmitida por meio do contato com os fluidos corporais de pessoas infectadas – contudo, a maioria das pessoas é imune à bactéria causadora do problema, sendo apenas 5% da população suscetível à contaminação. A maioria de nós, mesmo se entrarmos em contato com as versões contagiosas dessa enfermidade, não adoeceríamos.

O problema é que, quando ocorre a contaminação, o indivíduo pode conviver com a bactéria por um longo tempo sem que surjam sintomas. O período de incubação da doença é longo, pode levar de três a sete anos para aparecerem os primeiros sinais. Confira abaixo quais são os principais sintomas da hanseníase no pé e na perna:

  • Manchas vermelhas ou esbranquiçadas;
  • Perda de tato e sensibilidade às mudanças de temperatura;
  • Dormência causada pela fraqueza dos nervos;
  • Ressecamento da pele;
  • Queda de pelos;
  • Aparecimento de caroços pelo corpo;
  • Alteração da musculatura das extremidades, provocando os “pés de garra”.

Hanseníase: prevenção e tratamento

Por ser uma doença silenciosa e difícil de prever, a melhor maneira de evitar a hanseníase é cuidando da higiene e aplicando a vacina BCG em todas as pessoas que compartilham o domicílio com o doente. Para frear a transmissão da doença, também é importante procurar ajuda médica assim que se identificar o contato com um infectado.

A hanseníase tem cura e seu tratamento é feito por meio de um conjunto de medicamentos chamado de Poliquimioterapia Única (PQT-U). O tempo de terapia pode durar de seis meses a um ano, dependendo da variante contraída. Contudo, os medicamentos não são capazes de reverter os danos causados aos nervos. Por isso, em casos avançados, o paciente é encaminhado para o acompanhamento com um fisioterapeuta, que trabalhará para evitar a incapacidade. Além disso, são recomendadas palmilhas e sapatos sob medida para evitar as lesões causadas pela hanseníase no pé.

Hanseníase no pé: qual a função das palmilhas e sapatos?

Como vimos, quando a hanseníase na perna e no pé está em estágio avançado, ocorre a perda da sensibilidade da pele, tornando-a muito mais suscetível ao aparecimento de lesões. Além disso, por conta do inchaço, a locomoção pode ficar prejudicada, causando dor e desconforto ao caminhar.

As palmilhas e os sapatos são recomendados para melhorar a qualidade de vida do indivíduo portador de hanseníase no pé, pois proporcionam maior estabilidade e absorção de impacto, poupando os nervos comprometidos pela doença e diminuindo as chances de surgirem ferimentos e úlceras.

Os calçados comuns são feitos com um molde universal e palmilhas planas, e por isso não são capazes de oferecer todo o conforto e estabilidade para uma pessoa com necessidades especiais – pois possuem pouca capacidade de absorção de impacto, além de não estarem moldados, por completo, às curvas dos pés. No caso de pessoas com hanseníase no pé, os benefícios do uso das palmilhas e sapatos sob medida são os seguintes:

  • Maior estabilidade ao caminhar;
  • Mais proteção aos pés;
  • Melhor distribuição do peso corporal;
  • Maior absorção de impacto;
  • Correção da pisada;
  • Alinhamento das articulações;
  • Mais conforto ao caminhar.

O uso das palmilhas e sapatos sob medida contribui para o tratamento da hanseníase na perna e no pé, oferecendo mais conforto e qualidade de vida ao usuário.

Perguntas frequentes

Quais são os primeiros sintomas da hanseníase?

O primeiro sinal da presença da doença é o surgimento de lesões na pele – manchas vermelhas e esbranquiçadas, caroços, ressecamento da pele e queda de pelos. Se não tratada, a hanseníase pode evoluir para perda de sensibilidade, com dormência e formigamento dos membros, e perda de força muscular.

A hanseníase pode levar à morte?

Há cura para a doença. O tratamento, que dura de seis meses a um ano, é feito com medicamentos e fisioterapia. Mas caso não haja intervenção médica, a hanseníase pode levar ao óbito.

Existe vacina contra a hanseníase?

A vacina aplicada contra a hanseníase é a BCG, utilizada primariamente contra a tuberculose.

Fontes

https://www.scielo.br/j/fp/a/JTdtmx7RXFGCcjsdJFmVwgM/?lang=en

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-20072016-145946/publico/THANIALOIOLACORDEIROABIRACHEDOrig.pdf

https://www.scielo.br/j/abd/a/tLJZgCGdYrsP5kwZQqKVP9s/?lang=pt

http://www.aids.gov.br/pt-br/hanseniase/tratamento#:~:text=O%20tratamento%20medicamentoso%20da%20hansen%C3%ADase%20envolve%20a%20associa%C3%A7%C3%A3o%20de%20tr%C3%AAs,Sistema%20%C3%9Anico%20de%20Sa%C3%BAde%20%E2%80%93%20SUS

Mateus Martinez

Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013). É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F

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