Uma condição em que o pé de uma pessoa tem a curvatura alterada por algum motivo, o pé chato adquirido pode causar dores e desconfortos. Veja a seguir
O pé chato adquirido é uma condição em que a curvatura do pé de uma pessoa se torna plano de forma progressiva, devido ao enfraquecimento ou à ruptura de um tendão. Nestes casos, desconfortos e dores severas podem surgir.
Desde a infância, quando começamos a dar nossos primeiros passos, inicia-se a formação do arco longitudinal medial: uma curvatura que surge gradativamente, conforme a musculatura se desenvolve. No entanto, em algumas pessoas, esse desenvolvimento não ocorre conforme o esperado, podendo ocasionar no pé chato.
Contudo, você sabia que mesmo um pé que desenvolveu normalmente a sua curvatura pode se tornar progressivamente chato? É o chamado pé chato adquirido.
De acordo com o estudo “Approach and treatment of the adult acquired flatfoot deformity”, o pé chato adquirido ocorre devido ao enfraquecimento ou à ruptura do tendão tibial posterior, o que ocasiona alterações nos pés e na marcha do indivíduo, provocando intenso desconforto e dores severas.
Em relação à altura do arco, existem três tipos: normal, chato e cavo. O pé normal é o mais eficiente no que se refere à distribuição de carga e amortecimento de impacto. Já o denominado pé cavo, por possuir um arco mais elevado, conta com uma área menor de contato com o solo e as pressões se concentram mais no calcanhar e nos metatarsos, frequentemente provocando dores. Por fim, o pé chato apresenta um arco mais baixo, onde praticamente toda a sola do pé está em contato com o solo. Muito ligado à hiperpronação, esse tipo de pé pode causar inúmeros problemas ortopédicos.
Existem formas simples para descobrir qual é o seu tipo de pé. Um bom exemplo é pegar uma folha de papel seco e esticá-la no chão. Com as solas dos pés uniformemente molhadas, fique em frente ao papel e pise sobre a folha. O formato da pegada que ficar gravada no papel indicará qual é o seu tipo de pé, conforme as imagens demonstram:
O tendão tibial posterior é de extrema importância, pois ele ajuda a sustentar o arco plantar e fornece apoio ao pé durante o caminhar. A disfunção do tendão tibial posterior é classificada em 4 diferentes estágios, segundo a classificação de Johnson e Strom modificada por Myerson, sendo:
Durante essa fase, há uma pequena mudança estrutural ou ela é inexistente. O paciente é capaz de levantar o calcanhar afetado, mas com maior dificuldade do que um indivíduo que não é acometido pelo pé chato adquirido. O tratamento mais indicado nesse momento é o uso de palmilhas ortopédicas.
O arco plantar se torna mais achatado e a dor, geralmente, estende-se à região mais externa do pé. Nota-se, no 2º estágio do pé chato adquirido, uma mudança visível no alinhamento dos pés. Para tratar o pé chato adquirido nesse estágio, indica-se utilizar palmilhas ortopédicas aliadas ao uso de tornozeleiras com hastes laterais rígidas.
Durante o 3º estágio, o pé chato torna-se rígido, intensificando ainda mais as dores, e o paciente não consegue mais alinhar os pés na posição ideal. Frequentemente, é apenas a partir desse estágio que as pessoas buscam algum tipo de ajuda para tratar a condição – o grande problema é que, nessa fase, o quadro já se agravou bastante, e a reabilitação dos pés é muito mais complicada. Por isso é importante ficar atento aos sinais do organismo e diagnosticar essa patologia o quanto antes, a fim de reverter o avanço do pé chato adquirido. Para o tratamento no terceiro estágio, recomenda-se o uso de uma órtese mais rígida, que pode ser associada a palmilhas ortopédicas, para garantir maior estabilidade à área afetada.
É o estágio mais avançado da patologia e, naturalmente, é o que mais afeta a vida do paciente. O tornozelo é afetado e fica instável; e o pé se torna rígido. Ocorrem alterações degenerativas, como artrose e posicionamento em valgo do tornozelo. O 4º estágio do pé chato adquirido mostra-se resistente às demais formas de tratamento que não sejam a cirurgia.
Além da idade avançada – que faz com que a musculatura sofra um enfraquecimento natural e progressivo –, existem outros fatores de risco para o pé chato adquirido, que exigem atenção e cuidados redobrados. Podemos destacar:
Além disso, algumas outras doenças sistêmicas, como a diabetes e a artrite reumatoide, também podem ser os causadores do pé chato adquirido.
Conforme a patologia avança, a parte dianteira do pé começa a “escorregar” para fora. Observando-se o paciente por trás, a impressão que se tem é a de que muitos dedos de seus pés estão “à mostra”. Além disso, ultrassons, raios-X ou até mesmo uma ressonância magnética do pé podem ser úteis para diagnosticar a doença.
Muitos sintomas bastante desconfortáveis podem surgir na pessoa que tem pé chato adquirido. Alguns que merecem destaque são:
Vale ressaltar que pessoas acima dos 65 anos de idade possuem uma predisposição bastante elevada à artrose, uma patologia degenerativa e progressiva que acomete as articulações. A doença, caracterizada por provocar intensas dores, causa uma deterioração da cartilagem e, à medida que progride, acomete outros componentes, como os ligamentos.
A disfunção do tendão tibial posterior pode ser extremamente dolorosa e incômoda, mas existem algumas medidas a serem tomadas a fim de amenizar os desconfortos do pé chato adquirido, tais como:
Para casos mais graves do pé chato adquirido, nos quais todos os tratamentos conservadores foram seguidos mas não surtiram os efeitos desejados, pode-se recorrer a intervenções cirúrgicas, conforme determinação médica.
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