Bunionette

 em Calçados, Dor nos pés, Evitar dores, Patologias

Há séculos atrás, quando os alfaiates realizavam suas tarefas diárias, sentavam-se de pernas cruzadas, de forma que a lateral do pé esfregava no chão. O que eles viriam a perceber só depois é que esse movimento causava uma saliência ao lado do dedinho do pé, seguida de dor.

bunionette joanete dedo mindinho alfaiate
1. Posição de trabalho dos antigos alfaiates

Pronto! Foi o suficiente para que essa protuberância começasse a ser chamada de “Joanete do Alfaiate”. Hoje em dia, e aqui no Brasil, o nome utilizado é “bunionette”, o que quer dizer um “pequeno joanete”.

A verdade é que ninguém pensa muito em qual é a origem certa desse incômodo, mas até hoje ele afeta o dia a dia de muitas pessoas, causando vermelhidão, inchaço, calos e uma dor bem chata na lateral do pé, mais especificamente na cabeça do quinto metatarso – o osso que está localizado antes do dedo mindinho.

bunionette joanete dedo mindinho pé
2. Bunionette

Seja chamado como for, é importante saber por que o bunionette acontece e o que é possível fazer para tratá-lo.

Causas principais do Bunionette

Essa deformidade é também uma patologia de aparecimento progressivo, que pode se tornar bem dolorosa quando há atrito com os calçados, já que influencia uma inflamação dos tecidos na região.

Portanto, é possível identificar o uso de calçados inadequados como a causa principal do bunionette, e entre os principais culpados estão aqueles sapatos de bico fino ou de salto alto, os “grandes amigos” das mulheres, mas que podem ser perfeitos inimigos ao mesmo tempo!

É importante saber que, por se tratar de uma patologia progressiva, quanto maior for o uso desses tipos de calçados, mais o problema tende a se desenvolver.

Existem outros fatores que podem influenciar no aparecimento do bunionette, como:

  • Pé cavo ou a supinação excessiva (pois aumentam a carga lateral do pé);
bunionette pe cavo tipo pisada supinada
3. Pé cavo e pisada supinada
  • Frouxidão ligamentar (pois aumentam a chance de aparecer deformidades e desalinhamentos);
  • Alterações anatômicas do quinto metatarso.

Como tratar o bunionette?

A partir do diagnóstico, é preciso que a pessoa esteja disposta a modificar alguns de seus hábitos com objetivo de iniciar um tratamento. É essencial que essas mudanças sejam rápidas para se tornarem eficazes, porque o bunionette é uma patologia progressiva, ou seja, pode avançar com o tempo se não tiver os devidos cuidados.

O que usar quando tiver bunionette

  • Calçados confortáveis, que sejam mais espaçosos;
  • Protetores, separadores de dedos e palmilhas.

O que evitar quando tiver bunionette

  • Uso de sapatos de bico fino ou salto alto;
  • Caminhar ou ficar por muito tempo em pé.

Além disso, um tratamento com um fisioterapeuta especializado pode aliviar os sintomas e evitar a progressão do bunionette, tanto quanto as dicas a seguir:

  • Proteger o local de atrito;
  • Tomar medicamentos (apenas se prescritos pelo médico);
  • Usar palmilhas Pés Sem Dor.

Essa última dica tem relação com a correção da supinação, pois as palmilhas Pés Sem Dor feitas sob medida retiram a força excessiva sobre a lateral do pé, e dessa forma impedem a evolução do bunionette, além de melhorar a estética e a função do pé.

bunionette palmilha pés sem dor cunha externa
4. Palmilha com cunha externa para bunionette
bunionette palmilha pés sem dor arco elevado
5. Palmilha com arco para bunionette

Na época dos alfaiates, talvez não existissem as palmilhas, muito menos essas dicas habituais tão simples de seguir. Mas, hoje em dia, não faltam informações para evitar e tratar essa saliência chata que aparece ao lado do dedinho. Então, você já teve ou conhece alguém que teve o antigo, porém ainda atual, “joanete do alfaiate”?

Quer saber mais sobre bunionette? Tem alguma dúvida? Escreva para nós!

Mateus Martinez
Mateus Martinez
Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry needling pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013). É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F
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