Tendinite do calcâneo é uma condição degenerativa do tendão do calcâneo, também chamado de tendão de Aquiles. Essa condição normalmente acomete praticantes de atividades físicas e pode chegar ao rompimento desse tendão, caso o tratamento não seja eficaz. A tendinite de calcâneo tem uma relação muito íntima com atividade física. 70% dos pacientes que desenvolvem essa patologia praticam esportes e 9 em cada 10 desses pacientes são corredores. As outras modalidades esportivas que também costumam apresentar tendinite de calcâneo são o tênis, badminton, voleibol e futebol.

1. Tendinite de calcâneo

Os tendões são formados por um tecido fibroso com fibras alinhadas em paralelo e pouco vascularizadas. Essas fibras fazem a transferência de força dos músculos para os ossos. O tendão do calcâneo liga o tríceps sural (panturrilha) ao calcâneo e é um dos responsáveis por saltos e por ficar na ponta dos pés. Na tendinite de calcâneo o alinhamento das fibras fica alterado, existem microrupturas e degeneração da estrutura, normalmente acometendo uma região de 2 a 6 centímetros acima do osso calcâneo, que é uma zona com vascularização reduzida (chamada de tendinite não-insercional). Ou pode acometer a junção do tendão com o osso calcâneo (chamada de tendinite insercional), esse tendão ficará mais espesso e o paciente apresentará dor durante a palpação.

O que causa a tendinite de calcâneo

As principais causas da tendinite de calcâneo estão relacionadas com treinos muito intensos ou excesso de carga, que aumentam a tração do tendão. Quando essa tensão é maior que a que o tendão pode suportar e o tempo de recuperação é menor que o necessário, acontece a lesão. Da mesma forma, alterações da mecânica e da pisada (como as pisadas pronada ou supinada) causam desalinhamento dos pés e as forças exercidas no tendão são mal distribuídas, também levando à lesão. Outros fatores corroboram para o surgimento da tendinite, como:

– O uso de calçados inadequados;
– O aumento na intensidade ou alteração de treino;
– Sobrepeso;
– A falta de flexibilidade;
– Os traumas repetitivos.

2. Pisada pronada e supinada

Principais sinais e sintomas da tendinite de calcâneo

A dor da tendinite de calcâneo pode ser aguda (início súbito) e assim normalmente aparece após as atividades físicas. Mas também pode ser crônica e nesse caso a dor é pior no início das atividades e não desaparece. Normalmente, apresenta alguns sintomas associados:

  • Rigidez e dor miofascial (no músculo e nos tecidos em volta dele) na panturrilha;
  • Dor no calcanhar e na sola do pé;
  • Dor na palpação da panturrilha e do tendão;
  • Perda de força do tríceps sural (músculo da panturrilha).

Nos casos crônicos e sem tratamento, pode ocorrer o rompimento do tendão, também conhecida como “síndrome da pedrada”, pois o paciente sente como se tivesse sido atingido por uma pedra no calcanhar. Esses casos são graves e, normalmente, tratados cirurgicamente.

3. Ruptura do tendão do calcâneo

Como tratar e prevenir a tendinite de calcâneo

Para prevenir o aparecimento da tendinite de calcâneo, o paciente deve evitar fatores de risco, como, por exemplo, diminuir a carga dos treinos, usar calçados adequados (que otimizam o amortecimento de impacto de acordo com a atividade física), além de:

  • Alongar a perna (panturrilha), para melhorar a elasticidade dos músculos panturrilha e do tendão;
  • Fazer fisioterapia, que auxiliará na redução dos sintomas e na melhora da mecânica e desalinhamentos;
  • Fazer tratamento com ondas de choque;
  • Realizar exercício excêntrico (exercício de força, enquanto se faz a volta de um movimento) para a panturrilha;
  • Usar palmilhas Pés Sem Dor.

Os casos de tendinite de calcâneo normalmente são de difícil resolução e sua recuperação é demorada.

Dicas para aliviar as dores da tendinite de calcâneo

Condutas simples e que podem ser feitas tranquilamente em casa ajudam a aliviar as dores:

– Alongar as panturrilhas por 30 segundos, três vezes cada.
– Aplicar gelo no local da dor com uma bolsa ou submergindo o pé em um balde com água e gelo reduz a dor e controla a inflamação.
– Realizar exercícios excêntricos. Ficar na ponta dos pés com ambos os pés e descer devagar, apenas com a perna que dói, três vezes de 15 repetições, duas vezes ao dia. (Sempre consulte um fisioterapeuta para orientações).
– Massagear as panturrilhas reduz a tensão e alivia as dores miofasciais.
– Fazer uso de anti-inflamatórios prescritos por médico, que ajudam no controle da dor e inflamação e devem ser aliados a terapias para sanar a causa da dor.

5. Alongamento da panturrilha com toalha

6. Exercício excêntrico para a panturrilha

Como a palmilha Pés Sem Dor atua na tendinite de calcâneo

A palmilha Pés Sem Dor desloca suavemente o centro de massa da pessoa para frente, com uma elevação na região posterior do pé (sob o calcanhar). Sendo assim, o músculo tríceps sural (panturrilha) faz menos força para impulsionar o corpo, além de não tracionar o tendão. Isso reduzirá a carga sobre o tendão e diminuirá a inflamação e a dor. Além disso, a palmilha corrige desalinhamentos e melhora a mecânica do caminhar ou do correr, resolvendo a causa do problema.

7. Palmilha para tendinite de calcâneo

Cirurgia de tendinite de calcâneo

Nos casos mais graves, em que o tratamento conservador (de no mínimo seis meses) não foi efetivo, pode-se optar por uma cirurgia para retirar as partes degeneradas e melhorar a vascularização. Esses casos geralmente são muito complicados e a recuperação pós-cirúrgica é muito demorada e dolorosa. Além disso, não há certeza de resolução do problema. Quando o quadro se agrava a ponto de ocorrer o rompimento do tendão, a cirurgia é aconselhável para reconstruí-lo, pois o tratamento conservador normalmente apresenta resultados insatisfatórios.

8. Reparação do tendão rompido com cirurgia

Quer saber mais sobre tendinite de calcâneo? Tem alguma dúvida? Escreva para nós!

Mateus Martinez

Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013). É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F

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