Fraqueza nas pernas: o que pode ser?

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Entenda os motivos que podem levar à fraqueza nas pernas e o que pode ser feito para diminuir ou eliminar o problema!

Você já passou pela experiência de estar caminhando normalmente e, do nada, sentir a perna falhando? Muitas pessoas experimentam essa sensação e logo ficam preocupadas – afinal, o bom funcionamento dos membros inferiores é essencial para manter a produtividade e a qualidade de vida. Apesar de assustadora, a fraqueza nas pernas nem sempre é um sinal de doença; muitas vezes, um esforço demasiado e a falta de condicionamento físico estão por trás do problema.

Entretanto, quando a fraqueza é constante e vem acompanhada de outros sintomas, como dores nas articulações, é preciso estar atento, pois algo mais sério pode estar acontecendo! Se você deseja entender um pouco mais sobre o assunto e o que fazer para fortalecer as pernas na juventude e na melhor idade, não deixe de ler este artigo até o final!

Fraqueza nas pernas por exercícios (ou falta deles)

Fadiga muscular

Segundo um artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME), a fadiga muscular é definida como qualquer tipo de redução da capacidade do sistema neuromuscular de gerar força – se trata de um fenômeno bastante comum em esportes de resistência e uma experiência recorrente em atividades diárias.

No caso de atletas de alto rendimento, com uma carga significativa de treinos e campeonatos, se os músculos não tiverem o tempo necessário para uma boa recuperação após os esforços, é possível que o competidor sofra com prejuízos na performance e desempenho esportivo.

Um atleta recém iniciado nos esportes também pode sofrer de fadiga muscular devido à nova rotina de exercícios – aos quais o corpo não está acostumado. Se você começou a se exercitar recentemente, já deve ter vivido a experiência de fazer o treino de pernas e, ao descer as escadas da academia para ir embora, mal conseguir controlar os músculos. Essa fraqueza repentina não quer dizer que há algo de errado com seu corpo, mas que seus músculos não estão acostumados a essa carga de esforço e precisam se recuperar para retornar às atividades.

O que fazer para aliviar a fadiga muscular?

Na maioria das vezes, a fadiga muscular não representa perigo para a saúde do atleta, apenas uma redução do rendimento. Entretanto, caso a piora da performance venha acompanhada de dores que se estendem por dias após o treino, é importante consultar um especialista para verificar se ocorreu algum tipo de lesão! De acordo com a SBME, a lesão mais comum, decorrente de fraqueza nas pernas por fadiga muscular, é o entorse de tornozelo, pois as estruturas que garantem a estabilidade da articulação ficam prejudicadas.

Depois de se consultar com um especialista para verificar se está tudo bem, seguir as dicas abaixo pode ajudar a recuperar os músculos mais rapidamente:

  • Reduzir a intensidade dos treinos;
  • Aplicar compressas de água quente, que ajudam a dilatar os vasos e a relaxar os músculos;
  • Fazer alongamentos antes de iniciar a atividade física.

Sedentarismo

Muitas vezes, a fraqueza nas pernas se deve ao despreparo da musculatura para certas atividades que requerem um pouco mais de esforço – mesmo as mais cotidianas. Para exemplificar este tópico, vamos imaginar uma pessoa que mora em um apartamento no décimo segundo andar: no dia a dia, para fazer suas atividades diárias, como chegar ao emprego, ir ao mercado e até buscar suas encomendas, ela vai de carro e desce até o estacionamento utilizando o elevador. No trabalho, a pessoa passa várias horas sentada e, à noite, quando chega em casa, assiste a um programa de TV e descansa, sem praticar nenhum tipo de atividade física.

Certo dia, ao voltar do emprego, ocorre uma queda de energia no prédio, obrigando-a a subir até o seu apartamento pelas escadas. Ao enfrentar os vários lances, o resultado não poderia ser outro: as pernas fraquejaram.

Como os músculos não estão preparados para lidar com a intensidade da atividade, a fraqueza nas pernas surge inevitavelmente. Além desse sintoma, a falta de atividade física também pode levar a um cansaço excessivo, cãibras e até falta de ar.

Fraqueza nas pernas por envelhecimento

As fibras musculares enfraquecem com a idade

Com o passar dos anos, várias mudanças graduais acontecem no corpo, devido ao envelhecimento. Um deles é a perda de massa muscular, que se acentua após os 50 anos. Entretanto, em alguns casos, essa diminuição do número e da densidade das fibras é mais acentuada, podendo chegar ao que chamamos de sarcopenia.

Com o envelhecimento, o processo de regeneração muscular também se torna mais lento, fazendo com que ocorra a substituição, em maior proporção, das fibras musculares por tecido adiposo (gordura). Além disso, ocorre uma redução da reinervação muscular, levando à fraqueza nas pernas e diminuição da sensibilidade e da capacidade funcional do idoso.

De acordo com um estudo publicado em parceria entre a Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal (SESDF) e pesquisadores de universidades públicas, o desenvolvimento da sarcopenia é multifatorial e pode estar relacionado aos seguintes fatores:

  • Inatividade física;
  • Alterações hormonais;
  • Diminuição da síntese de proteínas.

Como é feito o tratamento da sarcopenia?

O tratamento mais indicado depende de uma avaliação minuciosa do profissional responsável, considerando as condições de saúde do idoso e suas particularidades. Entretanto, como o sedentarismo é um importante fator para a diminuição da síntese e degradação proteica, principalmente na população idosa, a prática de exercícios físicos de resistência costuma ser a intervenção mais indicada para aumentar a força muscular.

Fraqueza nas pernas por doenças

A fraqueza nas pernas também pode estar relacionada a determinadas doenças que prejudicam a mobilidade. Veja abaixo alguns exemplos:

Hérnia de disco

A hérnia de disco é uma condição bastante frequente – uma pesquisa realizada pela Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) demonstrou que a doença acomete entre 13% e 40% das pessoas ao longo da vida, tendo seu maior pico de incidência entre pessoas na casa dos 50 aos 60 anos. Entenda abaixo como a doença se dá:

Nossa coluna é composta por vértebras empilhadas umas sobre as outras. Mas, para evitar o atrito nesse tecido ósseo e que se desgaste rapidamente, existem os discos intervertebrais – uma espécie de borrachinha que reveste o vão entre as vértebras, garantindo a estabilidade e o amortecimento do impacto.

Quando um desses discos se desloca para fora da linha da coluna vertebral, ele comprime estruturas nervosas que são responsáveis por fazer a comunicação entre o sistema nervoso central e os músculos, podendo levar à perda de mobilidade, fraqueza nas pernas e em outros membros, e perda de sensibilidade.

Como é feito o tratamento da hérnia de disco?

O tratamento da doença varia de acordo com a gravidade e impacto da doença na qualidade de vida do paciente. Atualmente, são considerados dois caminhos: o conservador e o cirúrgico. Entenda abaixo:

  • Tratamento conservador: nos casos em que o tratamento menos invasivo é escolhido, os objetivos são aliviar a dor, retardar a progressão da doença e melhorar a capacidade funcional do paciente. Para isso, o profissional pode recomendar as seguintes intervenções:
  • Repouso;
  • Sessões de fisioterapia;
  • Sessões de acupuntura;
  • Uso de medicamentos.
  • Tratamento cirúrgico: em casos mais graves ou em decorrência da falha do tratamento conservador, o especialista pode optar pela realização de uma cirurgia de remoção do fragmento de disco que está comprimindo o nervo afetado.

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma condição autoimune, que afeta as estruturas dos neurônios e provoca a degeneração de várias funções. Entre os principais sinais da doença estão:

  • Sensação de formigamento, dormência e dor nas pernas, braços e face;
  • Perda de sensibilidade;
  • Fraqueza nas pernas e outros membros;
  • Diminuição da visão;
  • Fadiga intensa;
  • Falta de controle na bexiga e no intestino.

Ainda não há consenso científico sobre as causas que levam à esclerose múltipla. Entretanto, pesquisas recentes indicam que a predisposição genética e fatores ambientais, como tabagismo, má alimentação e deficiência de vitamina D, podem influenciar o desenvolvimento da doença.

Há tratamento para esclerose múltipla?

Infelizmente, ainda não há cura para a doença. Entretanto, é possível retardar sua progressão e melhorar a qualidade de vida do paciente por meio da administração de altas doses de corticoides sintéticos por curtos períodos de tempo (pulsoterapia).

Fraqueza nas pernas: o que fazer para fortalecê-las?

O primeiro passo para se ver livre da fraqueza nas pernas é identificar o que está causando o problema. Somente após uma anamnese detalhada e verificando os resultados dos exames, o profissional responsável poderá indicar o método adequado para tonificar os músculos e evitar a fraqueza.

Praticar mais exercícios físicos

No caso de pernas fracas por falta de condicionamento físico ou perda natural de massa na terceira idade, a dica é praticar atividade física para fortalecer a musculatura e aumentar a resistência diante de esforços prolongados. Entretanto, antes de iniciar sua nova rotina de atividade física, é indispensável passar por uma avaliação física com um profissional de saúde, a fim de não exceder os limites do corpo.

A importância de um bom calçado

Para fortalecer os músculos sem prejudicar as articulações, é essencial contar com a supervisão de um profissional de educação física e com os equipamentos adequados – principalmente em esportes de alto impacto, como a corrida e o futebol. Além disso, um bom calçado, capaz de aliviar a sobrecarga e distribuir uniformemente os impactos da movimentação, é indispensável para uma prática segura e livre de dores.

Na Pés Sem Dor, produzimos sapatos e palmilhas sob medida, que proporcionarão mais comodidade e estabilidade para a sua rotina esportiva e doméstica, diminuindo as chances de entorses e lesões que prejudicam as atividades diárias e afetam negativamente a qualidade de vida. 

Nossas palmilhas e calçados são confeccionados com as correções necessárias para alinhar a pisada, dar suporte ao arco plantar e redistribuir uniformemente as pressões, retirando as sobrecargas que poderiam contribuir para a fadiga muscular e fraqueza nas pernas.

Se você deseja adquirir a sua palmilha ou calçado sob medida, ligue para o telefone 4004-8883 ou clique aqui, e agende a sua avaliação gratuita com nossos especialistas.

Perguntas frequentes

É normal sentir a perna falhar?

Quando não acompanhada de dores, a fraqueza nas pernas não costuma ser sinal de algum problema grave. Situações comuns, como falta de condicionamento físico e excesso de exercícios, costumam justificar o problema. Entretanto, quando o sintoma é prolongado e recorrente, é importante procurar ajuda para identificar sua origem.

O que pode causar fraqueza nas pernas?

Muitas vezes, a fraqueza nas pernas é produto do sedentarismo ou da fadiga muscular. Contudo, algumas doenças mais sérias podem estar relacionadas ao sintoma, como sarcopenia, hérnia de disco e esclerose múltipla.

Por que a hérnia de disco provoca fraqueza muscular?

Quando o disco se desloca da linha da coluna vertebral, ele pode comprimir os nervos que fazem a transmissão de impulsos entre o sistema nervoso central e os músculos, provocando a diminuição da força e da sensibilidade.


Fontes

https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/883477/hernia-de-disco-final_rev.pdf

https://www.scielo.br/j/rbme/a/McpVbRLwN48gZQRfCFSQDzd/?format=pdf&lang=pt

https://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/v10n1a05.pdf

https://editora.pucrs.br/edipucrs/acessolivre//periodicos/acta-medica/assets/edicoes/2017-2/arquivos/pdf/3.pdf

https://www.abem.org.br/esclerose-multipla/tratamento/

https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-8VVNRK/2/disserta__o_vers_o_final.pdf

Mateus Martinez
Mateus Martinez
Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013). É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F
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