Dedo do pé torto: é possível corrigir?

 em Dores, Patologias

Olhar para baixo e perceber o dedo do pé torto pode assustar muitas pessoas. Afinal, além de provocar prejuízos estéticos – muitas pessoas evitam utilizar calçados abertos por vergonha –, o desvio do dedão pode provocar o surgimento de dores, calos e até doenças inflamatórias, como a bursite. O que conhecemos como dedão do pé torto, é chamado de hálux valgo ou joanete, e tem por principal característica o surgimento de uma protuberância óssea que empurra o dedão em direção aos outros dedos. Se você deseja entender um pouco mais sobre o assunto e descobrir o que pode ser feito para corrigir o problema, não deixe de ler até o final!

 

Dedo do pé torto: como surge o joanete?

O joanete é uma deformidade bastante comum – de acordo com a pesquisa “Os Pés Brasileiros”, realizada pela Pés Sem Dor, 16,2% da população tem ou já apresentou hálux valgo em algum momento da vida. Mas, diferente do que muitos acreditam, o dedo do pé torto não surge por conta do crescimento de um novo osso sobre os já existentes, mas sim por causa de estruturas já presentes no pé, que ficam proeminentes na pele devido ao mau posicionamento das articulações do dedão.

 

O que causa o joanete?

Várias questões podem influenciar uma alteração no alinhamento do dedão, mas as mais comuns são:

 

Genética

Um estudo conduzido nos Estados Unidos demonstrou que o surgimento do joanete pode estar relacionado a fatores genéticos. O Framingham Foot Study analisou a tendência de deformidade no dedão do pé em 1.370 pessoas e, a partir dos resultados obtidos, concluiu que pessoas cujos familiares possuem histórico de joanete têm mais probabilidade de desenvolver o problema ao longo da vida.

 

Uso de calçados apertados

O uso de calçados inadequados, com ponta triangular – como os sapatos sociais e os saltos altos – também tem relação com o joanete. De acordo com o estudo da Pés Sem Dor, apesar de os homens também sofrerem com joanetes – 8,4% da população masculina apresenta relatos de dedo do pé torto –, a deformação acomete principalmente as mulheres, mais especificamente 22,4% da população feminina. Tudo indica que esses números se devem ao tipo de calçado preferido por esse público, pois os sapatos de bico fino e estreito são grandes vilões no desenvolvimento do hálux valgo.

 

Pés chatos

Quem tem os pés chatos possui uma variação anatômica no arco plantar (curva do pé), fazendo com que ele seja mais baixo do que o normal. Por não proporcionar um bom amortecimento de impacto e distribuição de pressão plantar, esse tipo de pé propicia uma marcha inadequada sobre a borda dos pés, favorecendo um deslocamento lateral do hálux (osso do dedão).

 

Idade

É mais comum os pacientes perceberem o dedo do pé torto após os 20 anos de idade. Geralmente, o problema acomete apenas um dos pés, mas também pode ocorrer bilateralmente – principalmente em casos de joanete por uso frequente de sapatos inadequados.

 

Dedo do pé torto tem tratamento?

É possível corrigir o desalinhamento do dedão, mas não existe um tratamento padrão para todos os casos. O ideal é consultar um especialista assim que perceber os primeiros sinais de desalinhamento e seguir suas orientações. Entre as alternativas de tratamento para dedo do pé torto estão:

 

Utilizar palmilhas ortopédicas

Como vimos, o pé chato está entre os fatores que influenciam o desenvolvimento do joanete. Como as palmilhas sob medida Pés Sem Dor são produzidas de acordo com os moldes de cada pé, elas possuem um apoio no arco plantar, evitando seu desabamento e evitando que a pressão plantar seja distribuída excessivamente sobre o hálux. Com isso, é possível eliminar ou reduzir a dor e evitar a progressão do deslocamento do dedão.

 

Evitar sapatos de bico fino

Entendemos que algumas situações sociais exigem o uso de calçados de bico fino e salto alto, que não são benéficos para a saúde dos pés. Mas se você está apresentando sinais de dedo do pé torto, é importante evitar o uso desse tipo de sapato e optar por modelos mais confortáveis. 

Aqui na Pés Sem Dor, confeccionamos calçados sob medida que, além de não tirar o estilo e a formalidade do dia a dia, ainda proporcionam o encaixe perfeito para os seus pés, aumentando o conforto e evitando o surgimento e progressão do joanete.

 

Sessões de fisioterapia

O profissional responsável pelo tratamento também pode recomendar algumas sessões de fisioterapia para corrigir o desvio por meio de exercícios.

 

Cirurgia de correção

A cirurgia costuma ser recomendada em último caso, pois apresenta risco de imobilidade do pé, dores e infecções. De modo geral, tratamentos mais conservadores, como as palmilhas, costumam ser recomendados pelos profissionais responsáveis, pois oferecem uma boa resposta clínica sem prejuízos ao paciente.

Apesar de ser um problema bastante comum, o dedo do pé torto precisa ser investigado por um profissional, pois a qualidade de vida do paciente pode sofrer reduções significativas. Se você já está percebendo os primeiros sinais e não sabe o que fazer, agende um atendimento gratuito com um de nossos especialistas, certamente eles poderão te orientar!

 

Perguntas frequentes

É possível corrigir um dedo do pé torto?

Sim! Algumas medidas podem ser tomadas para corrigir o alinhamento do dedão, como utilizar palmilhas ortopédicas, evitar o uso de sapatos de bico fino e realizar sessões de fisioterapia. Discuta com seu médico qual é a melhor alternativa para o seu caso!

 

O que causa o joanete?

Há um conjunto de fatores que influenciam o surgimento do hálux valgo. Os principais são: genética, uso de sapatos de bico fino e salto alto, e deformidades no arco plantar (pé chato).

Com que idade surge o joanete?

É mais comum o joanete surgir após os 20 anos de idade – as mulheres são mais acometidas do que os homens.

 

Fontes

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23696165/

https://www.pessemdor.com.br/pe-chato-e-pe-cavo/

https://www.pessemdor.com.br/joanete/

https://www.youtube.com/watch?v=uV–exiR8Pw&t=56s

Mateus Martinez
Mateus Martinez
Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013). É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F
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