Anatomia do joelho: estruturas e prevenção de lesões

 em Estudos e pesquisas, Evitar dores

A anatomia do joelho é composta por uma série de elementos, como ossos, ligamentos, tendões e músculos. Juntas, essas estruturas fornecem estabilidade e flexibilidade quando estamos em pé, andando, correndo ou pulando. Mas, por estarem em uma área relativamente exposta, suportando e distribuindo pressões ao longo do dia, é muito comum surgirem queixas de dores e lesões na região.

Se você deseja entender um pouco mais sobre a anatomia do joelho e o que pode ser feito para manter suas estruturas protegidas, não deixe de ler o artigo de hoje até o final!

Anatomia do joelho: ossos e ligamentos

Ossos do joelho

A estrutura que dá sustentação e forma ao joelho é composta pelo encontro de dois importantes ossos da coxa e da canela: fêmur e tíbia, respectivamente. Além desses, há ainda um pequeno osso sesamóide, responsável por proteger a articulação do joelho e aumentar o impulso de alavanca do quadríceps: a patela. Juntos, esses três ossos formam a estrutura esquelética da anatomia do joelho. Entenda mais sobre os ossos dessa articulação abaixo:

  • Fêmur: é o maior e mais resistente osso do corpo humano, ele está posicionado sobre a tíbia. Para se ter uma ideia, o fêmur de um homem com 1,80m tem cerca de 50 centímetros;
  • Tíbia: é o osso que se localiza logo abaixo do fêmur, unindo-se a ele por meio do ligamento patelar. Sua principal função é transmitir as forças mecânicas relacionadas à marcha;
  • Patela: antigamente conhecida como rótula, a patela fica localizada logo à frente do joelho, como uma capa protetora da articulação entre tíbia e fêmur. Ela é considerada um osso sesamóide, pois está inserida no tendão quadríceps femoral.

 

Ligamentos do joelho

Os ligamentos são tecidos resistentes que ligam um osso a outro. Feitos de fibra colágena, eles conectam-se às extremidades dos ossos, proporcionando estabilidade e limitando os movimentos articulares. Existem mais de 10 ligamentos na anatomia do joelho – entretanto, os quatro principais são os ligamentos cruzados (anterior e posterior) e os ligamentos colaterais (medial e lateral). Entenda mais abaixo:

 

Ligamentos cruzados

Eles estão localizados na parte interna da anatomia do joelho, conectando o fêmur à tíbia. Esses ligamentos ganham esse nome porque não estão localizados paralelamente, mas se cruzam, formando um X:

  • Ligamento Cruzado Anterior (LCA): impede que a tíbia se desloque para a frente do fêmur durante a movimentação. Além disso, envia para o cérebro informações sobre o grau de flexão do joelho, auxiliando no controle da movimentação;
  • Ligamento Cruzado Posterior (LCP): sua função é inversa à do LCA, impedindo que a tíbia se desloque muito para trás do fêmur. Junto ao primeiro, o LCP ajuda a garantir estabilidade e mobilidade para o joelho.

 

Ligamentos colaterais

Os ligamentos colaterais estão localizados nas extremidades da anatomia do joelho. O que os diferencia é o lado: se estão próximos à parte de fora ou da parte de dentro da articulação.

  • Ligamento Colateral Medial (LCM): está localizado no lado mais próximo ao outro joelho, nascendo no fêmur e se inserindo na tíbia. Tem como principal função estabilizar a articulação em valgo – ou seja, impedir que o joelho se desloque excessivamente para dentro, em direção ao outro;
  • Ligamento Colateral Lateral (LCL): em oposição ao LCM, o LCL está localizado na face lateral do joelho e se origina no fêmur, inserindo-se na superfície lateral da fíbula. Sua principal função é estabilizar o joelho em varo, impedindo que ele se desloque excessivamente para fora.

 

Meniscos

Os meniscos são estruturas cartilaginosas que separam a cabeça inferior do fêmur do topo da tíbia. Na anatomia do joelho existem dois meniscos: o medial, que fica na parte interna, próximo ao outro joelho; e o lateral, que se localiza na face oposta. Eles possuem basicamente três funções:

  • Amortecer o impacto entre os ossos: se os meniscos não estivessem entre a articulação femorotibial, com o impacto da movimentação, os dois ossos se desgastariam com muita facilidade, pois as duas estruturas sólidas estariam em constante atrito;
  • Estabilizar a articulação: a área de contato entre o fêmur e a tíbia não proporciona um encaixe perfeito entre os ossos, pois o primeiro possui a base convexa (curva para fora) e o segundo é plano. A título de comparação, é como se uma bola de tênis estivesse colocada sobre um copo virado de cabeça para baixo. Para evitar que a tíbia deslize para fora do fêmur, os meniscos possuem um formato côncavo, encaixando a saliência femural sobre a tíbia;
  • Lubrificar a cartilagem: para evitar que os ossos entrem em atrito durante a movimentação, também existe a cartilagem articular na anatomia do joelho. Mas para que ela se mantenha lisa e escorregadia, é preciso que o líquido sinovial, produzido pela membrana sinovial, entre em contato com ela. Como os meniscos são côncavos, durante o movimento de flexão, eles facilitam a chegada do líquido sinovial à cartilagem, mantendo a articulação bem lubrificada.

 

Anatomia do joelho: tendões e músculos

Tendão patelar

Os músculos e tendões foram alocados juntos neste tópico por serem indissociáveis. Os tendões são similares aos ligamentos – até por isso, muitas pessoas acabam se confundindo. Entretanto, em vez de conectar um osso a outro osso, eles conectam os músculos aos ossos.

O maior tendão do corpo humano está incluído na anatomia do joelho: o tendão patelar. Sua principal função é conectar a patela à tíbia. “Mas os tendões não conectam os ossos aos músculos? Então por que o tendão patelar conecta dois ossos?” Ótima pergunta! O tendão patelar é uma continuação do tendão quadricipital, que faz a união dos quatro músculos do quadríceps, acima da patela.

Como a patela é um osso sesamóide – ou seja, está inserido em um tendão –, o tendão passa por cima do osso, encobrindo-o, e se une à tíbia. Se a patela não estivesse ali, o tendão patelar e o ligamento patelar seriam uma só coisa, fazendo com que, sob a perspectiva funcional, esse tecido possa ser denominado como tendão.

 

Músculos que atuam no joelho

Junto à patela, ao tendão patelar e ao tendão quadricipital, estão os músculos do quadríceps, que atuam no mecanismo motor e extensor, permitindo o caminhar e o esticar dos joelhos. O conjunto dos músculos reto femoral, vasto medial, vasto lateral e vasto intermédio forma o quadríceps femoral, o músculo mais forte do corpo humano. Ele está localizado na frente da coxa juntamente com o sartório, músculo oblíquo que cruza a coxa em direção ao joelho.

Já o mecanismo de flexão do joelho é composto por outro grupo de músculos. Os principais são: o bíceps femoral, o semitendinoso, o semimembranoso e o poplíteo.

 

Lesões e doenças comuns no joelho

Por meio do estudo da anatomia do joelho, compreendemos o funcionamento de várias estruturas participantes da articulação e percebemos que, apesar de resistentes, muitas delas estão expostas e vulneráveis a lesões.

Ruptura ligamentar

Por estarem sob constante pressão, é muito comum surgirem casos de ruptura ligamentar, principalmente do Ligamento Cruzado Anterior (LCA). Os ligamentos são compostos por várias fibras colágenas muito resistentes; entretanto, quando há um trauma ou entorse brusco, elas podem sofrer uma hiperextensão ou flexão, provocando o rompimento do tecido – como se fosse um elástico rígido que se rompe devido à sobrecarga exercida.

 

Tendinite patelar

Como vimos, o tendão patelar transmite a força da musculatura da coxa para a extensão do joelho. Quando há uma sobrecarga sobre esse tecido, pode surgir uma inflamação que provoca dores e inchaço na região. A doença é muito comum em praticantes de modalidades esportivas que exigem saltos e pousos repetidos – por isso, a tendinite patelar também é conhecida como “joelho do saltador”.

 

Bursite

A anatomia do joelho possui várias bolsinhas, chamadas de bursas, que contêm líquidos que lubrificam e reduzem o atrito entre os ossos. Quando uma inflamação atinge essas estruturas – geralmente provocada por sobrecargas e movimentos repetitivos na região –, o paciente pode relatar dores, inchaço, rigidez e hipersensibilidade.

 

Lesões meniscais

Lesões degenerativas dos meniscos costumam acontecer, em sua maioria, devido ao envelhecimento. Entretanto, traumas e entorses também podem provocar alterações nessa estrutura cartilaginosa. Com o desgaste, aumenta o atrito entre o fêmur e a tíbia, elevando as chances de desenvolver doenças no joelho, como a artrose.

 

Prevenção de lesões no joelho

Para te ajudar a manter seus joelhos protegidos, vamos apresentar algumas dicas para prevenir doenças e lesões na região!

 

Praticar atividade física com moderação

A prática excessiva de exercícios físicos está entre as principais causas de lesões. Como vimos, na anatomia do joelho existem estruturas responsáveis por fazer o amortecimento de impacto e manter a estabilidade; entretanto, se há uma sobrecarga dessas cartilagens e tecidos– seja por excesso de atividade física ou pela prática sem os equipamentos adequados, como joelheiras e tênis esportivos –, podem ocorrer lesões, que dificultam a prática e diminuem a qualidade de vida.

Por isso, antes de aderir a qualquer modalidade esportiva, não deixe de fazer uma avaliação física com um profissional e de contar com o acompanhamento de um educador físico. Além disso, utilizar os equipamentos de segurança e fazer uso de calçados confortáveis, próprios para a prática de esportes, ajuda a diminuir as chances de lesões.

 

Regular o peso corporal

Um estudo publicado pela Universidade americana Stony Brook demonstrou que pacientes com sobrepeso sentem até 20% mais dores no joelho do que indivíduos que estão com o Índice de Massa Corpórea (IMC) adequado. Isso acontece porque o excesso de peso aumenta a carga exercida sobre os joelhos, fazendo com que as articulações tenham que trabalhar muito mais do que o normal.

Com o tempo, o aumento do impacto provoca um desgaste nas articulações do local, podendo levar ao surgimento de várias doenças que prejudicam a qualidade de vida. Assim, além de fortalecer os músculos do joelho com atividades físicas moderadas, fazer o controle do peso é essencial para preservar a saúde das articulações do joelho.

 

Utilizar palmilhas e calçados sob medida

Além da sobrecarga, uma outra questão também prejudica a saúde do joelho: o desalinhamento articular. Você se lembra que vimos que uma das funções dos ligamentos cruzados é evitar o excesso de movimentação dos joelhos em valgo ou varo? Acontece que muitas pessoas possuem essa característica e convivem com ela.

Com o desalinhamento da anatomia do joelho para dentro ou para trás, surgem problemas de distribuição de impacto, pois algumas áreas recebem mais pressão do que outras. Geralmente, o problema é provocado por questões genéticas, fraqueza muscular, traumas ou um desalinhamento na pisada, que pode ser muito pronada ou supinada.

 

Como as palmilhas e calçados agem na correção do desalinhamento articular?

Por serem produzidos após uma anamnese detalhada e exames que esquadrinham cuidadosamente os detalhes dos pés e articulações, as palmilhas e calçados Sob Medida Pés Sem Dor são capazes de corrigir o desalinhamento articular. As palmilhas são confeccionadas com as elevações laterais necessárias para alinhar a pisada e redistribuir as pressões uniformemente sobre as articulações. Além disso, elas possuem uma boa absorção de impacto, que evita o desgaste precoce das cartilagens que revestem as articulações do joelho.

Utilizando as palmilhas sob medida e os calçados Pés Sem Dor no seu dia a dia e durante a prática de atividade física, você poderá obter:

  • Mais conforto;
  • Mais estabilidade;
  • Melhor encaixe entre os pés e o calçado;
  • Mais estabilidade durante a marcha;
  • Menos dores nos pés e articulações;
  • Melhor amortecimento de impacto;
  • Melhora do desempenho esportivo;
  • Prevenção de lesões e progressão de patologias.

Para obter sua palmilha sob medida, você pode agendar uma avaliação gratuita com um de nossos especialistas na unidade Pés Sem Dor mais perto de você! Para isso, clique aqui ou ligue para o telefone 4003-4883.

 

Perguntas frequentes

Quantos ossos compõem a anatomia do joelho?

A anatomia do joelho é composta por três ossos: fêmur –  osso da coxa e o maior osso do corpo humano; tíbia – osso da canela, que está localizado abaixo do fêmur; e patela – osso da frente do joelho.

 

Qual é a diferença entre um tendão e um ligamento?

Apesar de serem parecidos, há uma diferença quando pensamos na anatomia do joelho: enquanto os ligamentos conectam os ossos a outros ossos, os tendões ligam os ossos aos músculos. 

 

Quais músculos atuam na articulação do joelho?

Na anatomia do joelho, há uma série de músculos responsáveis por transmitir a força de flexão e extensão à articulação. Os responsáveis por realizar a extensão são os músculos do quadríceps (vasto medial, vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral); já os que fazem a flexão são os flexores primários (semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral e poplíteo).

 

Fontes

https://www.pessemdor.com.br/tendinite/

https://www.scielo.br/j/abmvz/a/RY7Fszd9wwTGT7vRFQ4vTjz/?format=pdf&lang=pt#:~:text=O%20sart%C3%B3rio%2C%20um%20dos%20m%C3%BAsculos,joelho%20(Evans%2C%201993).

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22262163/

https://www.pessemdor.com.br/joelho/

https://www.pessemdor.com.br/palmilha-para-joelho-valgo-e-varo/

https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/44790/R%20-%20E%20-%20THIAGO%20CANDIDO%20DA%20ROCHA.pdf?sequence=1&isAllowed=y

https://portais.univasf.edu.br/noticias/professor-da-univasf-lanca-e-book-de-anatomia-humana-basica/copy2_of_ebook_Anatomia_Humana_Sistematica_Basica.pdf

Mateus Martinez
Mateus Martinez
Atualmente é diretor de fisioterapia da Pés Sem Dor. É mestre em fisioterapia esportiva pela The University of Queensland, Austrália (2015). Especialista em Dry Needling (agulhamento a seco) pela Combined Physio Austrália. Graduado em fisioterapia na USP - Universidade de São Paulo (2011). É professor convidado da pós-graduação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Foi fisioterapeuta da equipe Vôlei Brasil Kirin (2013) e Medley Campinas (2011-2013). Foi professor de anatomia e patologia básica para curso técnico de radiologia da Escola Profissionalizante CETEP (2012-2013). É co-autor de 6 estudos sobre saúde dos pés, possui mais de 170 artigos escritos sobre saúde dos pés no site da Pés Sem Dor e é criador de conteúdo no canal do Youtube da Pés Sem Dor, onde fala sobre saúde, bem estar e dores nos pés, tornozelos e joelhos para +160 mil inscritos. Profissional com registro no crefito: 162983-F
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