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Esta pesquisa tem por objetivo entender os problemas nos pés enfrentados por trabalhadores dos mais diversos setores durante a jornada de trabalho, além de quantificar a influência destes problemas no dia-a-dia das pessoas e nos resultados das empresas.

A pesquisa foi feita pela internet de Março a Maio de 2017 e respondida por 2940 pessoas de todo o Brasil de diversos setores da economia. Dois terços dos respondentes são mulheres e um terço, homens, com idade entre 20 e 69 anos, que representam 95,5% da amostra. Com relação ao IMC, observou-se que 44% da população encontra-se na faixa de peso normal. Contudo, 49% da população apresentou sobrepeso ou obesidade I.

Em seguida, foi caracterizado o tipo de trabalho. Neste aspecto, 64,6% da amostra relatou trabalhar como empregado, enquanto 35,4%, por conta própria. Em relação ao cargo que ocupam, cerca de 50% possui cargo operacional, 30% exerce alguma atividade especializada (analista, mecânico, eletricista, etc.) e 20% possui cargo de supervisão. Enquanto 80% da amostra trabalha internamente nas empresas, 20% realiza atividades externas.

Outro aspecto estudado foi sobre a carga de trabalho. As pessoas declararam trabalhar em média 5,31 dias na semana, com jornadas de 8,82 horas por dia.

Aprofundando o estudo sobre a jornada de trabalho, identificou-se que grande parte dos trabalhadores alterna sua posição de trabalho entre em pé, sentado e andando. Em média, os respondentes dizem passar 4 horas sentados e 5 horas em pé ou andando.

Em relação ao sapato utilizado, a pesquisa apontou que a sapatilha é o calçado mais utilizado pelas mulheres para trabalhar (31%) e, entre os homens, o mais utilizado é o tênis (26%).

Com o objetivo de entender a relação entre problemas nos pés e trabalho alguns aspectos foram estudados e relacionados com o tipo de calçado, como: calos nos pés, bolhas, fungos e formigamentos.

Destas relações, observou-se que os sapatos que estão mais relacionados com calos são os calçados femininos salto médio/alto, sapatilhas, Oxford e os sapatos de bico de aço. Com relação a bolhas nos pés e formigamento, o calçado mais relacionado com estes tipos de problemas foi a bota de borracha/PVC, principalmente para mulheres. Este sapato, juntamente com botas de bico de aço também apresentaram relação com o surgimento de fungos, no entanto, com maior incidência para homens.

Quanto ao inchaço nos pés, 75% da população relata inchaço as vezes, sempre ou muitas vezes e apenas 7% usa meias compressivas para controlá-lo. O calçado tipo Clog tanto para homens quanto para mulheres e os calçados femininos bota de borracha/PVC, sapato de bico de aço são os mais relacionados ao inchaço.

Esses fatos devem ser levados em consideração por empregadores e trabalhadores de indústrias uma vez que toda indústria alimentícia é obrigada a usar botas de borracha/PVC e toda indústria metalúrgica tem que usar as botas de bico de aço como EPI. Sendo assim, trabalhadores e empregadores devem saber que há risco de desenvolvimento desses problemas em seus pés.

Do estudo específico de dores nos pés, tornozelos e joelhos, observou-se que existem mais queixas de dores nos pés quando comparado com dores em tornozelos e joelhos. A intensidade média apontada foi de 4,98, 4,21 e 4,26 (dentro de uma escala de 0 a 10), respectivamente.

É possível notar, também, que mulheres sentem mais dores nos pés, tornozelos e joelhos do que homens.

Interessantemente, não foram encontradas relações relevantes entre dores e calçados. A intensidade de dores se manteve relativamente constante entre todos os tipos de sapatos.

Contudo, relações importantes foram observadas entre tempo em pé ou andando e dores. Foi visto que as pessoas passam em média 5 horas em pé em suas jornadas de trabalho e que a partir de apenas 3 horas em pé, 65% das pessoas relatam sentir dores nos pés e, para cada hora em pé, há piora nas dores. Ou seja, é possível afirmar que a grande maioria da população de trabalhadores tem dor nos pés durante a jornada de trabalho.

Dentre as principais práticas para eliminar as dores, mais mulheres disseram tomar remédios e os homens apontaram utilização de palmilhas como principal forma de aliviar dores.

Foram estudados também os impactos econômicos para as empresas causados pelas dores e horas em pé ou andando. Dentre os principais aspectos estudados estão: redução de ritmo de trabalho, redução de atenção a detalhes, desejo de mudar de função e absenteísmo.

Sobre isso, um dos achados mais importantes do estudo foi que quanto mais tempo as pessoas passam em pé e quanto maior as suas dores, maior o impacto negativo no trabalho. Há menor ritmo de trabalho, menor atenção a detalhes, maior índice de faltas e acidentes e desejo de mudança de função.

Para cada hora em pé, observa-se uma redução média em ritmo de trabalho de 3,2% para mulheres e 2,6% para homens, ou seja, ao final de uma jornada de trabalho de 8 horas em pé ou andando mulheres estão 25,6% menos produtivas e homens 20,8%.

Observa-se relação similar no que tange o aspecto de redução de atenção a detalhes, com queda de 21,6% para mulheres e 15,5% para homens.

Cerca de 30% dos respondentes demonstraram desejo de mudar de função devido a dores nos pés, tornozelos e joelhos. Um quinto da amostra diz ter faltado ao trabalho ao menos uma vez por causa de dores.

Foi possível, também, relacionar o tempo em pé ou andando com acidentes de trabalho. A pesquisa aponta que para cada hora em pé a tendência de ocorrência de acidente com mulheres aumenta em 0,73% e para homens essa taxa é de 0,54%.

Tais resultados trazem impactante informação tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores. Levar em consideração o tempo em pé e por consequência as dores dos trabalhadores pode fazer grande diferença na qualidade e produtividade de empresas.

Além desses dados, também foram caracterizados os pés dos respondentes. Dentre as mulheres a numeração de calçado mais comum é entre 34 e 39 e dentre os homens, entre 38 e 44.

A pesquisa mostra que 18,8% das pessoas tem os pés mais volumosos que o normal e 11,5% tem pés mais magros. Relacionado a este fato, mais de um quarto dos respondentes alega que a largura padrão dos sapatos não se adéqua a seus pés.

Quando observado o tipo de pé, 54,5% da população aponta ter pés normais, 24% pés cavos, 3% muito cavos, 15,7% pés chatos e 2,8%, muito chato. Os pés chatos apresentaram maiores relações com dores.

A presença de joanete predomina em mulheres, mais da metade delas relata algum grau de joanete, enquanto menos de 30% dos homens apresentam este problema. Além disso, quanto maior o grau de joanete, maior a intensidade de dor que as pessoas sentem. Dado que foi ainda mais significativo para mulheres.

Com isso se faz importante ter atenção a esses detalhes, uma vez que foi provado que maior dor se relaciona com piora na qualidade e produtividade do trabalho.

Clique nos links abaixo para saber mais detalhes sobre a pesquisa “O trabalho e a relação com os pés, tornozelos e joelhos”.

Características dos trabalhadores do estudo

Características do trabalho

Problemas nos pés causados pelo trabalho

Consequências econômicas do tempo em pé e as dores

Característica dos pés

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